Censo 2022: seis a cada 10 baianos eram católicos, mas número de evangélicos e sem religião disparou
06/06/2025
(Foto: Reprodução) Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 57% da população baiana de 10 anos ou mais se declarava católica. Estado tinha terceira maior população que seguia o catolicismo no Brasil. Imagem da Arquidiocese de Salvador
Divulgação / Arquidiocese de Salvador
Em 2022, seis a cada dez baianos eram católicos. É o que aponta o Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, 57% da população baiana de 10 anos ou mais se declarava como tal, o que representa cerca de 7 milhões de pessoas. A Bahia segue sendo majoritariamente católica, mas a redução desse grupo se intensificou entre 2010 e 2022.
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Apesar de ser a terceira maior população que segue a religião no Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais em números absolutos, a Bahia ocupava apenas a 14ª posição em proporção de católicos, sendo a menor do Nordeste.
O Censo mostra que o percentual de católicos na estado segue em queda constante desde 1940, quando representavam 98,9% da população. A partir da década de 1980, a diminuição se intensificou. Só entre 2010 e 2022, o estado perdeu em torno de 728 mil católicos, resultando em uma redução de 9,4%.
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Como reforça Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, a queda do catolicismo é um movimento que acontece em todo o país, principalmente em grandes centros urbanos porque a diversidade religiosa também acaba sendo maior. Por consequência, outras expressões de fé ganham mais adeptos na sociedade.
"A população evangélica tem o maior crescimento, mas a gente tem outras religiões também ganhando espaço, como as de matriz africana, além de outras religiosidades. Também há o crescimento de outros tipos de religião e das pessoas sem religião. Tudo isso acaba diminuindo o peso do catolicismo de forma muito importante entre 2010 e 2022," explicou.
🙏 Crescimento das religiões evangélicas
O número de evangélicos cresceu 42,7% entre 2010 e 2022. Eles representavam 23,3% dos baianos, com 2,8 milhões de pessoas. Em 2022, o estado tinha a quarta maior população evangélica do país, mas só a 20ª proporção entre as 27 unidades da Federação.
A proporção de evangélicos na Bahia é maior entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e entre adultos de 30 a 49 anos de idade, grupos nos quais cerca de 1 em cada 4 pessoas é evangélica.
👳🏿 Número de adeptos a religiões de matriz africana dispara
Já os adeptos da umbanda e do candomblé mais que triplicaram, saltando de 42,9 mil para 123,3 mil no mesmo período, com um crescimento de 187%. Aqueles que se apresentavam como espíritas representavam 1% da população baiana, com 123,3 mil pessoas.
Já o grupo sem religião também seguiu em crescimento e correspondia a 12,9% da população do estado, com aproximadamente 1,5 milhão de pessoas.
No Censo de 2022, a Bahia tinha a 3ª maior população sem religião, atrás de São Paulo, com 4,1 milhões, e dR io de Janeiro, com 2,4 milhões.
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📿 Perfil etário, racial e educacional
Mulheres eram maioria em quase todas as religiões, exceto entre adeptos de tradições indígenas;
O catolicismo tinha mais adeptos entre os mais velhos: 7 em cada 10 pessoas com mais de 70 anos são católicas;
Quase metade das pessoas sem religião tinham até 29 anos, o que representava 46,6%;
Seis em cada 10 pessoas brancas eram católicas, enquanto evangélicos tinham maior presença entre indígenas (26%) e pretos (25,2%);
O espiritismo concentrava o maior nível de escolaridade: 52,5% dos espíritas baianos tinham ensino superior completo, seguido por adeptos da umbanda e candomblé (20,7%);
Na Bahia, em 2022, quase metade das pessoas católicas de 25 anos ou mais de idade eram sem instrução ou não tinham sequer concluído o ensino fundamental: 49,5% ou 2.643.798 em números absolutos;
O catolicismo era a religião com maior percentual de fiéis com baixo nível de instrução, acima do verificado para a população baiana em geral, com 44%;
Em seguida vinham as tradições indígenas, com 47,9% dos seus adeptos sem instrução ou até o fundamental incompleto, e os evangélicos, com 39,3%.
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